Disfagia Pediátrica

A disfagia é um distúrbio de deglutição, com sinais e sintomas específicos caracterizada por alterações em qualquer fase da dinâmica de deglutição, de origem congênita ou adquirida, podendo gerar prejuízo pulmonar, nutricional e social.

(Resolução CFFa nº383/10).

A disfagia pode aparecer em crianças de qualquer idade, pois é um sintoma secundário à outros problemas como:

- prematuridade;

- lesões neurológicas;

- doenças pulmonares, gástricas, cardíacas, etc;

- grandes períodos usando vias alternativas de alimentação, sem possibilidade de alimentação por via oral - pós-cirúrgicos, estado comatoso, traumas faciais, etc;

- necessidade de intubação traqueal por tempo prolongado (respirador);

- uso de traqueostomia (cânula colocada cirurgicamente no pesco para passagem de ar).

A disfagia infantil é tratada principalmente com o gerenciamento da disfagia, de modo a oferecer segurança e conforto durante a oferta do alimento. Para isso devemos considerar:

# as habilidades motoras e funcionais da criança para comer;

# a adequação do alimento considerando: tipo de alimento, consistência, temperatura, textura, utensílio usado e posicionamento da criança na hora da oferta alimentar;


Muitas vezes as crianças com disfagia necessitam de vias alternativas de alimentação como sonda nasogástrica, sonda nasoentérica, sonda de gastrostomia ou alimentação parenteral, para evitar problemas pulmonares de repetição ou para manter aporte calórico e hídrico adequados as necessidades.

Dificuldades para comer geralmente tem consequências sócio-emocionais para criança e família. Passamos grande parte das horas do dia em torno do alimento, portanto alterações na rotina alimentar repercutem na família toda.

Bebês que não conseguem mamar geram muita ansiedade e frustração na família. Crianças com necessidades especiais na alimentação terão dificuldade em frequentar ambiente escolar, fazer passeios prolongados, participar de atividades sociais como aniversários ou atividades que envolvam alimento.

O momento da alimentação, que normalmente é prazeiroso e agregador, pode se tornar um fator de grande estresse e angústia para a criança e para os pais.


A gravidade da disfagia, a idade da criança e o tempo sem tratamento adequado definirão as possíveis complicações que a disfagia poderá gerar na criança e na família; o tempo de tratamento necessário e os resultados possíveis na reabilitação.